ANTIDEPRESSIVOS

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ANTIDEPRESSIVOS

No post passado, falei que o Brasil é líder em número de casos de pessoas com transtorno de ansiedade. Devido a esta alta prevalência, é provável que você conheça alguém ou você mesmo esteja fazendo uso de medicações para tratar ansiedade.

Por isso, vamos abordar algumas questões que precisam ser ditas a quem está fazendo tratamento com estas medicações. O texto a seguir será dividido em duas partes: a primeira abordará perguntas rápidas sobre estas medicações e a segunda, dicas sobre seu tratamento.

 

PERGUNTAS RÁPIDAS

 

1) Para que servem os antidepressivos?

Eles são utilizados como tratamento em vários transtornos psiquiátricos, principalmente nos transtornos de ansiedade (e.g. ansiedade generalizada, transtorno do pânico, ansiedade social), na depressão, no Transtorno Disfórico Pré-menstrual e no Transtorno Obsessivo Compulsivo por exemplo. Portanto, você pode ter recebido indicação de usar estas medicações mesmo sem estar deprimido.

 

2) Essas medicações são a única possibilidade de tratamento para ansiedade e depressão?

Não, para alguns casos, por exemplo, episódio depressivo leve não é necessário fazer uso de antidepressivo. Neste caso, psicoterapia e mudanças de estilo de vida (e.g. prática de exercício físico) podem ser efetivos. Portanto, há indicações precisas para usar os antidepressivos.

 

3) O que os antidepressivos fazem?

De forma muito simplificada, podemos dizer que os antidepressivos aumentam a quantidade de certos neurotransmissores, como a serotonina, nas conexões entre neurônios no cérebro. Estes neurotransmissores estão envolvidos, entre outras coisas, na sensação de bem-estar. Apesar deste ser o efeito direto destas medicações, há várias teorias para explicar de que forma este efeito farmacodinâmico produz a melhora dos sintomas depressivos.

4) Os antidepressivos “viciam”?

Não. Os antidepressivos não causam dependência. Após o tempo indicado de tratamento com estas medicações, seu psiquiatra pode indicar a suspensão da medicação, o que deverá ser feito de forma muito gradual.

5) Eu preciso usar antidepressivo para sempre?

Não. O tempo indicado de tratamento varia de acordo com o diagnóstico que você recebeu. Por exemplo, no tratamento de um primeiro episódio depressivo, após ser atingida a remissão dos sintomas, há indicação de continuação do tratamento por 6-9 meses. Entretanto, há certas situações em que é indicado manutenção do tratamento por vários anos para evitar recidiva dos sintomas.

6) Os antidepressivos são seguros?

Sim. Estas medicações têm feitos colaterais, porém, habitualmente, eles são leves e tendem a passar após as primeiras semanas de tratamento.

DICAS PARA O SEU TRATAMENTO:

 1) Seja Paciente!

– Os antidepressivos podem demorar cerca de 3 semanas para começar a fazer um efeito terapêutico. Habitualmente, estas medicações demoram várias semanas para mostrar melhora dos sintomas.

– Em geral, estes fármacos apresentam eficácia semelhante, porém há diferenças individuais na resposta às medicações com relação à efetividade e aos efeitos adversos.

– É possível que você e seu psiquiatra tenham que tentar mais de um antidepressivo até achar aquele que melhor te traga benefício em termos de melhora dos sintomas e menor quantidade de efeitos adversos.

 

2) Espere um pouco! Estes efeitos adversos tendem a passar.

– Há várias pessoas que não apresentam efeitos adversos com o uso desses fármacos. Entretanto, podem acontecer, nos primeiros dias de uso, sintomas leves como náusea, cefaleia, desconforto no estômago, alteração do sono e inquietude. Estes efeitos tendem a passar após os primeiros dias. Caso não passem, reporte estes sintomas ao seu médico. Se você está em dúvida se está apresentando um efeito adverso grave, procure atendimento médico novamente.

 

3) Persista no seu tratamento!

– Mesmo depois de você já ter tido melhora dos sintomas de ansiedade e/ou depressão, continue tomando seu antidepressivo pelo tempo recomendado pelo seu médico. Estas medicações não fazem efeito como um analgésico, que só é utilizado durante o episódio de dor.

– Depois que você estar bem, seu médico tende a manter o antidepressivo por um período chamado de tratamento de continuação na depressão para evitar recidivas dos sintomas.

 

4) Não pare de tomar seu antidepressivo sem falar com seu médico.

Usualmente, quando for indicado parar de tomar este fármaco, isto será feito de forma gradual, diminuindo aos poucos a medicação.

 

5) Evite usar bebida alcóolica enquanto estiver em tratamento.

– O álcool não “corta” o efeito do antidepressivo, mas esta mistura pode trazer risco de sedação excessiva e rebaixamento do nível de consciência. Apesar de não “cortar” o efeito do antidepressivo, o uso de álcool pode atrapalhar a melhora de seus sintomas. Por ser uma substância depressora do Sistema Nervoso Central, o álcool pode agravar seus sintomas depressivos e de ansiedade durante o tratamento.

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